CARTA DO GESTOR 11/2025: ARPOADOR FIDC RL

O Arpoador FIDC RL adota uma estratégia diferenciada, ao concentrar 100% de sua carteira em cotas subordinadas júnior de FIDCs sob gestão da Artesanal Investimentos, com foco em capturar retornos superiores no longo prazo. Em novembro, o fundo apresentou rentabilidade de -1,09%, resultado influenciado, sobretudo, pelas alocações nos segmentos de Agronegócio, Fomento Mercantil e Imobiliário.

A carteira da vertical Agronegócio apresentou desempenho abaixo do esperado, refletindo um cenário ainda desafiador. O volume de originação ficou muito aquém do previsto, gerando excesso de liquidez nos fundos e reduzindo a rentabilidade. Para mitigar esse efeito, os fundos estão passando por uma reestruturação, com foco na substituição de títulos de menor taxa, buscando melhorar o retorno diante do atual patamar de juros.

A vertical Fomento Mercantil registrou retorno inferior ao esperado, impactado principalmente por rolagens de posições estressadas em processo de reestruturação. Além disso, algumas posições já marcadas, cuja reversão era esperada, não se recuperaram no prazo previsto, pressionando o resultado. Apesar disso, os processos de regularização seguem em andamento, com previsão de conclusão nos próximos meses, o que pode contribuir para uma melhora nos resultados.

A tese imobiliária continua enfrentando desafios relevantes, principalmente devido à taxa de juros elevada, que pressiona o custo da estrutura do fundo. Esse cenário é agravado por obras paradas, ativos com retorno abaixo do custo atual e empreendimentos com baixa velocidade de vendas. Além disso, algumas posições sofreram marcação de PDD, e outras foram executadas com valores de garantia inferiores ao original, fatores que contribuíram para o desempenho negativo do fundo.

Por fim, o segmento Financeiro apresentou desempenho em linha com o esperado. Embora o retorno mensal tenha sido menor que nos meses anteriores, isso se deve ao menor número de dias úteis no período, reduzindo a receita do ativo e a evolução da cota. Por outro lado, houve crescimento da receita por dia útil. Nos fundamentos, a melhora foi consistente: a despesa com PDD (Provisão de Devedores Duvidosos) segue em queda mês a mês e os repasses das companhias continuam aumentando. Considerando um mês padrão com 21 dias úteis ou mais, o retorno teria sido superior e alinhado às projeções. Além disso, as condições de negociação das cessões de direitos creditórios foram aprimoradas no final de outubro, o que deve gerar resultados mais favoráveis nos próximos meses.